segunda-feira, 27 de abril de 2015

Alice, onde estão as maravilhas?

Acredito que seja quase impossível alguém não conhecer a história de Alice no País das Maravilhas, principalmente pela famosa versão da Disney, porém o que aparentemente foi feito para crianças, sem um sentido racional, pode vir a se tornar uma obra incrível de crítica à sociedade e ao mundo “maravilhoso” em que vivemos. Por isso, resolvi fazer um post comentando sobre partes que achei interessante e algumas interpretações! Go go go!

Créditos: Divulgação

“Alice no País das Maravilhas”, assim como “Alice através do Espelho” e outras obras consagradas foram escritas por Lewis Carrol, um professor de matemática que buscava a lógica em suas obras (é, pois é), classificada como nonsense (sem sentido),  prova, com todas as suas figuras de linguagem, que no mundo não existe uma verdade preestabelecida, portanto, sem uma interpretação determinada. Resumindo, Lewis mostra que quem constrói um sentido para as coisas somos nós mesmos e, para isso, utiliza de elementos que são considerados absurdos ou impossíveis, interrogando o leitor: Porque o mundo das maravilhas seria menos real do que o mundo em que vivemos?

A história gira em torno de Alice, uma menina que, enquanto fazia tiara de flores, entediada e sem vontade de acompanhar a leitura da irmã, afinal, “para que serve um livro sem figuras e diálogos?”, vê um Coelho Branco de paletó e relógio correndo atrasado. Impulsionada pela curiosidade, Alice vai atrás do Coelho e cai em sua toca. Uma queda longa, muito longa, em um túnel cheio de prateleiras, vasilhas e bugigangas, até chegar ao final, aterrizando cuidadosamente em um aposento comprido e baixo. A partir daí, ela vive momentos totalmente inusitados, tais como aumentar e diminuir de tamanho, conversar com animais e enfrentar cartas de baralho, que se tornam atividades frequentes.

Créditos: Divulgação
"Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então."


Em vários instantes, Lewis exemplifica que, muitas vezes, sobrepomos nossas opiniões e aquilo que achamos certo sobre as pessoas ao nosso redor, esquecendo, como dizia Platão, que não existe uma verdade absoluta. Somos criados para pensar de uma determinada maneira e, quando nos deparamos com ideias diferentes, taxamos aquilo de absurdo e errado, como aconteceu com Alice, que achou que todos, naquele mundo, estavam loucos, simplesmente por agirem fora dos padrões que ela considerava correto.

Em uma dessas várias situações, Alice, perdida na floresta, depara-se com o Gato de Cheshire e resolve perguntar que caminho deve seguir. Ele diz que isso dependeria de onde ela gostaria de chegar, mostrando dois atalhos: um para a casa da Lebre de Março e outro para a casa do Chapeleiro Maluco, afirmando que ambos eram loucos. Ao ouvir isso, Alice fala, já cansada de tudo aquilo, que não queria encontrar pessoas doidas e, com seu largo sorriso, o Gato retruca, assegurando que isso seria impossível, simplesmente porque todos ali eram loucos, inclusive ela. É a partir dessa fala que podemos concluir que não existe uma ordem natural; quando o Gato de Cheshire diz que ele, assim como Alice, são igualmente loucos, ele chega a conclusão de que, independente da maneira como você age ou das ideologias que segue, se encontrar alguém que pensa de maneira contrária, ambos vão ser loucos um para o outro. Ou seja, a ideia de certo e errado é simplesmente inexistente, uma vez que ela depende do tempo e do espaço em que estão inseridos.

Ainda, em outra parte do livro, Alice encontra-se com a lagarta azul, que pergunta quem ela era. A menina, angustiada, obriga-se a dizer que, por ter mudado de tamanho várias vezes, já não sabia mais, achando tudo aquilo estranho. Para ela, era impossível definir algo que estava em constante mudança, como ela naquele momento, o que, para a lagarta, não fazia sentido algum, uma vez que mudar era algo totalmente natural.  Se todas as coisas mudam a todo instante, porque a ideia de transformação seria confusa e impossível de definição? Nessa  parte, Lewis Carroll confronta, novamente, o pensamento padronizado, afinal, na maioria das vezes, somos criados como se fossemos imutáveis e mudar de opinião ou adquirir uma forma diferente de ver o mundo torna-se uma atitude incorreta.

Lewis Carrol e Alice, inspiração para a personagem.

Em diversas outras partes, Lewis coloca a sociedade capitalista em pauta, do qual o coelho sempre atrasado e o chá da Lebre de Março são exemplos. Na hora do chá, eles trocavam de lugar sempre que acabavam de comer o que estava naquele determinado prato. Isso porque não tinham tempo para limpar, fazendo analogia ao mundo consumista em que vivemos, sempre descartando e partindo para a próxima, sem se importar com a sujeira que deixamos para traz.

Existem muitas teorias diferentes sobre as mesmas partes, algumas pessoas interpretam o pãozinho e a bebida que Alice ingere como uma forma de explicar a entrada de drogas na vida de diversos adolescentes e tantos outros assuntos. E é aí que encontramos a graça do nonsense: as várias interpretações e questionamentos que podemos fazer, pois, já que não existe uma maneira única de ver o mundo, uma só maneira de ver esse livro seria um completo absurdo, não é?

São muitos os comentários que gostaria de fazer, mas o espaço não permite (hahaha). Infelizmente, não tenho o livro físico, li online mesmo, em PDF (clique aqui), portanto o post não vai poder ter fotos bonitas nem nada (AINDA, faço questão de comprá-lo). O fato é que é uma ótima leitura, e não só para as crianças!

       E aí, o que acharam? Beijões,
Tissa.

domingo, 26 de abril de 2015

O Candidato Honesto

          Olá, pessoal! Sei que ficamos algum tempinho sem aparecer aqui, mas estamos de volta!

          Ontem fiz uma coisa que há MUITO tempo não fazia: tive minha noite livre para fazer o que quisesse. Então, para fazer valer a folga, decidi assistir a um dos filmes que estavam na minha listinha, O Candidato Honesto.

Créditos: Divulgação.

          A história se passa aqui no Brasil mesmo, em época de eleições e o personagem principal, João Ernesto, é um dos candidatos à Presidência da República. Como "todo" político (pelo menos aos olhos da maioria) João Ernesto não era santo, mas não era MESMO. Só que sua campanha, como sempre, dizia o contrário. Segundo as propagandas, ele seria a melhor opção para a nação pois caçaria a corrupção a apoiaria as mais diversas classes trabalhadoras.

          Em uma certa noite antes das eleições o candidato recebeu uma ligação que lhe informava sobre o estado de sua avó, a qual o criara desde pequeno e, por isso, decide visita-la. Após uma certa conversa, a avó de João Ernesto lhe suplicou que realizasse seu último desejo, o de ter um neto honesto.

         Após o enterro da avó, João segue com seu cronograma normal de político, programas, debates, reuniões e campanhas. Contudo, sempre que tenta mentir e usar o "jeitinho brasileiro", não consegue. O candidato percebe então que está sobre o efeito deum "mandinga" jogada por sua avó.

          Não podendo mentir, João Ernesto deixa vir à tona muitas verdades: sua real opinião sobre sua esposa, seu envolvimento com o esquema Mesadinha (o qual já não era mensal, mas semanal), e seus pensamentos sobre tudo. Por esses motivos, João Ernesto afunda cada vez mais sua campanha, passando a ser perseguido e desprezado.

          Mesmo tendo mostrado toda a sujeira em seu nome, algumas pessoas ainda acreditam que, por ter se tornado uma pessoa melhor, João Ernesto seria sim o representante ideal. Bom, não irei contar mais detalhes do filme porque quero que vocês mesmos descubram.

         O que mais gostei no filme foi a crítica um tanto quanto bem-humorada que ele traz. A cada cena podemos enxergar a realidade pela qual infelizmente passamos estampada de forma ironizada.
Ah, se tudo fosse como nos filmes!

Fica aqui minha sugestão de reflexão gostosa para vocês, bom filme!
Baci,
Bia.

sábado, 11 de abril de 2015

Cazuza, de Viriato Corrêa

“Cazuza” é uma obra de Viriato Corrêa, na qual conta histórias de sua infância e acontecimentos existentes em meados do século XIX e XX, em especial nas escolas e no Maranhão. Acabei lendo o livro por acaso, em um daqueles típicos momentos de “Ah, ta. Não tenho mesmo o que fazer.”, mas valeu a pena! Foi interessante perceber o quanto a forma de educar mudou, assim como o pensamento das pessoas sobre isso.


Tudo começa quando Cazuza é pequeno, na idade em que ainda se usa “roupas de menina” e deseja começar a ir para a escola. Sua vontade surgiu por dois motivos:  o primeiro é que queria vestir calças de garoto e, o segundo  por conta das festas da palmatória, que tinham como objetivo estimular as crianças, tornando-se, futuramente,  uma grande decepção. 


Passando-se o tempo e entrando na escola, Cazuza percebe que aquele mundo feliz e de festas não era exatamente como imaginava. As decorações não estavam nas paredes, o lugar estava desgastado pelo tempo e não existiam bons materiais, no entanto, existia a palmatoria, e essa funcionava muito bem. A única consolação que teve foi a de usar as tão sonhadas roupas que, depois de um tempo, já não sabiam se valiam realmente a pena.

“As escolas antigamente não tinham, às vezes, mobiliário que prestasse, material de ensino que servisse, professores que cuidassem das lições, mas uma palmatória, rija, feita de boa madeira, não havia escola que não a tivesse.”


Mesmo com a forte crítica relacionada a falta de investimento na educação, Viriato consegue mostrar a importância do ambiente escolar, mesmo que seja tão conturbado quanto aquele em que foi criado. Foi ali que conheceu pessoas, fez amigos e aprendeu a ter valores e o conhecimento.

Em cada capítulo novas histórias de colegas e moradores da região do Maranhão eram contadas, tendo sempre a escola como suporte. Crianças que não tinham o que comer, pais que eram contra a alfabetização, enfim, diversos cenários que reforçavam a importância das escolas tanto para o conhecimento quando para o caráter pessoal.


O livro é muito completo em todos os sentidos, a educação é apenas uma entrada para temas como o patriotismo, o trabalho digno e a liberdade que, conforme Cazuza avança nos estudos, vão aparecendo.

Mesmo sendo um livro bem antigo (primeira publicação em 1938) a linguagem não é difícil e a compreensão do livro é simples, mesmo com tantos temas importantes retratados nele. Vale muito a pena ler!


Beijos, Tissa

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Tag: Amo / Odeio

Olááá, pessoas! O post hoje vai ser meio diferente dos que costumamos fazer aqui.



Fui indicada pela fofa de Erika, do blog Erika Villasky para responder a Tag Amo/Odeio! As regras são:
Dizer 10 coisas que você odeia e 10 coisas que você ama;
Indicar 10 blogs para fazer a Tag também;
Colocar a imagem da Tag;
Colocar o blog que deu origem a Tag; ----> Cherry Cookie
Colocar o link de quem te indicou.
Bom, vamos lá!
 
Dez coisas que eu amo:
  1. Deus, família e amigos.
  2. Dias frios e chuvosos;
  3. Leite e Chocolate;
  4. Berinjela, brócolis e jiló (Sim, eu AMO!);
  5. Comida, basicamente;
  6. Ler;
  7. Assistir a filmes;
  8. Música (inclui cantar muito alto e tocar violão);
  9. Conseguir aprender coisas novas;
  10. Gente que sabe como me deixar feliz e faz isso.
Dez coisas que eu odeio:
  1. Frescura;
  2. Mentira;
  3. Olheiras e espinhas (adolescência sendo adolescência);
  4. Pesadelos;
  5. Qualquer inseto que possa voar ou pular em mim;
  6. Calor, eca!
  7. Minhas alergias, rinites e foliculites;
  8. Não poder tomar leite, nem consumir seus derivados;
  9. Esquecer onde "guardei alguma coisa";
  10. Ser tão tímida e ficar TÃO vermelha.
Não conseguirei indicar dez blogs, mas aqui vão alguns dos que gosto muito hahah
 
Amei responder essa tag. Espero ter muuuitas outras para responder também.
Milhões de abraços para vocês!
Baci,
Bia.
 

sábado, 4 de abril de 2015

Dia do Consumidor

Olá, pessoal!

Provavelmente vocês já conhecem o Dia do Consumidor aqui no Brasil, o 18 de março. É um dia bem propício para promoções, não? hahaha

Aproveitando os descontos, comprei dois livros na Americanas. Eles já eram baratos, com as ofertas os preços caíram mais ainda. No total, os dois livros e o frete saíram por R$16,18.
Os livros são O Segredo de Jasper Jones e O Torreão.


 

As sinopses:

Créditos: Divulgação.
"Danny é um nova-iorquino viciado em celular que, entre outros estranhos talentos, consegue detectar na própria pele se um lugar tem sinal de internet wi-fi. Quando seu primo Howard, de quem havia se afastado após uma brincadeira de mau gosto na adolescência, o convida para conhecer o castelo europeu que comprou e está reformando com a intenção de transformar em hotel de luxo, Danny acha que é uma boa oportunidade para retomar o contato e ao mesmo tempo fugir da confusão que arrumou em seu último emprego.

Ao chegar lá, no entanto, as coisas começam a ficar estranhas. O torreão do castelo, que serviu de fortificação durante muitos séculos e resistiu a diversas tentativas de invasão, ainda é ocupado pela antiga proprietária - uma baronesa sinistra que parece velha demais para estar viva. Uma piscina mal-assombrada e um traiçoeiro labirinto subterrâneo completam a aura de mistério do lugar. Quando o pânico toma conta de Danny, ele descobre que a "realidade" pode ser algo em que não consegue mais acreditar. De maneira inventiva e subvertendo os limites entre fantasia e realidade, Egan constrói uma história que prende o leitor a cada página e nos faz ter vontade de reler o livro muitas vezes."




Créditos: Divulgação.

"Numa noite quente de verão, no final de 1965, Charlie Bucktin é acordado por batidas insistentes na janela de seu quarto. O visitante é Jasper Jones, um pária na pequena cidade de Corrigan. Rebelde e solitário, Jasper encarna a imagem do perigo e do mistério para Charlie.

 Portanto, quando Jasper implora sua ajuda, Charlie o acompanha furtivamente pela noite, apavorado mas desesperado para impressionar.

 Jasper conduz Charlie até uma clareira secreta no mato, e é ali que o garoto testemunha a terrível descoberta de Jasper. Carregando o pesado fardo daquele segredo, Charlie precisa enfrentar uma cidade desconfiada, dominada pelo pavor.

 No escaldante verão em que tudo acontece, ele discute com sua impetuosa mãe, apaixona-se nervosamente e luta para manter a integridade de seu fervoroso melhor amigo, Jeffrey Lu. E, na vã tentativa de reparar o que havia se quebrado, aprende a diferença entre mito e realidade, entende por que mentiras bem-intencionadas são como uma maldição e descobre que a verdade é algo difícil de se reconhecer, e ainda mais difícil de se manter no coração. "

Apesar de o prazo máximo para a entrega ter sido de 14 dias após a confirmação de pagamento (que ocorreu no dia seguinte), a compra chegou em apenas 8 dias. Achei muito rápido, principalmente por não ter optado pela entrega mais rápida.

 

Os livros vieram muito bem embalados e em perfeito estado, no entanto o O Torreão, por ter uma capa de "papelão" (menos plastificada), veio com alguns pontos "esfarelando", mas creio que isso não seja culpa da loja, porque pode ter sido causado na hora de embalar. Enfim, esse pequeno incidente foi bem pequeno mesmo.

Os dois livros envolvem mistério e suspense, gêneros que estou tentando inserir mais nas minhas leituras, hehehe. Quando enfim conseguir lê-los, é CLARO que a resenha vai sair aqui no blog!

Alguém aí já leu?
Milhões de abraços!
Baci,
Bia.