quinta-feira, 5 de março de 2015

A Garota das Laranjas

Até hoje, dos livros do Jostein Gaarder que li, não me decepcionei com nenhum. Nem com sua forma de escrita, nem com suas ideias. E adivinha? Com “A Garota das Laranjas” foi igualzinho!



A história se baseia em uma carta deixada para Georg Røed com apenas 15 anos, de seu pai, morto há 11 anos, Jan Olav. Georg, quando chega em casa, depois de sua aula, se depara com a família reunida, mostrando a carta achada por sua avó. O choque, tanto dele como do restante dos membros é gigantesco e, assim, inicia-se uma história que aconteceu há muitos anos, quando seu pai ainda cursava medicina.

Em um dia qualquer de sua rotina, Jan Olav entrou em um bonde. E lá estava ela. Uma figura um tanto quanto diferente, com sua cara de esquilo, vestindo um anoraque laranja e carregando um saco pesado de laranjas suculentas junto ao peito, como se fosse um tesouro. Essa foi a Garota à primeira vista, o bastante para atormentar Olav por semanas.

A história, a principio, parece girar apenas no objetivo de Olav em achar a Garota das Laranjas, porém, os ensinamentos que são transmitidos mostram valores importantes, tanto para seu filho, que passa pela adolescência, como para os leitores, valores como a determinação para alcançar sonhos e encarar desafios. Tudo isso com amor, o amor que pode salvar-nos de uma vida banal e sem sentido.

No decorrer da carta, George e Olav formam um vinculo, mesmo estando em tempos e espaços diferentes. Lembranças de pai e filho surgem, além da descoberta de gostos em comum, fazendo George compreender os últimos sentimentos de seu pai.


Além da parte romantizada do livro, temos a parte filosófica e de questionamento (porque, por favor, estamos falando de Jostein Gaarder). Mesmo tendo lido o livro há algum tempo, a parte em que Jan Olav se pergunta se nossa existência vale a pena, nunca saiu da minha cabeça.

O livro realmente me fez encarar a morte de uma maneira diferente.

Outro ponto que achei interessante é o fato de sempre utilizarem crianças para descrever o amor e, George, que estava saindo de sua infância para uma vida adulta, tinha necessidade de ouvir algo que lhe desse fé novamente. Aparentemente, quanto mais envelhecemos, mais esquecemos do porque vale a pena viver.


Espero que gostem! Boa leitura e até a próxima!

Tissa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário